Las relaciones entre Estados Unidos, Argentina y Nuestra América
sábado, 28 de mayo de 2016
En la apertura de LASA, amplia protesta contra el golpe en Brasil. FH Cardoso rehuyó el debate y canceló su participación
En la apertura oficial de LASA, ciencos de académicos se manifestaron contra el golpe en Brasil.
Na sessão de abertura da LASA, o maior Congresso de Estudos da América
Latina no mundo, centenas de pessoas se vestiram de preto, em luto pelo
atentado contra a democracia no Brasil. Entoando palavras de ordem,
acadêmicos, ativistas e intelectuais de todo continente mostraram, no
coração de Nova York, que golpistas e fascistas não passarão! #ForaTemer
También hubo un repudio a la idea de que FH Cardoso diera una conferencia sobre democracia, siendo que fue y es uno de los inspiradores e instigadores del golpe contra Dilma.
Fernando Henrique Cardoso na sede de seu instituto, em SP
BELA MEGALE MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
Alvo de ameaças de protestos contra o seu apoio ao governo do presidente interino Michel Temer, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso cancelou sua participação num congresso acadêmico em Nova York (EUA).
FHC participaria do principal evento do encontro, um debate na manhã
deste sábado (28) com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos, que
encerraria o 34º Congresso Internacional da Associação de Estudos
Latino-Americanos, no aniversário de 50 anos da entidade.
Em carta enviada à entidade nesta sexta (27), FHC rechaça a noção de que
a presidente Dilma Rousseff é vítima de um golpe e defende o que "os
atuais ventos ideológicos que circulam em certos centros acadêmicos
parecem misturar a postura de cientistas com a de ativistas".
"Aqueles que me conhecem sabem que eu fui formado como cientista social
numa época que, a despeito de crenças e valores, intelectuais deviam
manter a objetividade científica como um valor central em seus desafios
acadêmicos".
FHC lembra na carta que foi aposentado compulsoriamente da USP pelo
golpe militar de 1964 e que criou um dos centros de resistência ao
regime militar, o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
"Paguei um preço alto por isso", relata FHC no texto. "Fui privado da
cadeira para a qual eu tinha sido contratado na USP, fui perseguido pelo
regime militar e submetido a interrogatórios, vendado e encapuzado, num
famoso centro de tortura em São Paulo".
Para FHC, o processo de afastamento de Dilma não pode ser classificado
de golpe, já que houve, segundo ele, respeito à Constituição e o
processo foi supervisionado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
"Estranho 'golpe', no qual a presidente continua na residência
presidencial, cercada por conselheiros e um aparato de segurança
adequado a um chefe de Estado".
Na carta, o ex-presidente diz que "o pano de fundo do processo de
impeachment foi a revelação de uma organização criminosa que existe
desde o mandato do presidente anterior [Lula], a qual uniu empresários,
servidores públicos, políticos e partidos políticos com o objetivo de
aumentar o custo de obras públicas e desviar parte dos recursos como uma
estratégia para ganhar suporte político, votos e, eventualmente,
riqueza pessoal".
Além da "disseminada rede corrupção", FHC menciona a crise econômica, os
11 milhões de desempregados e a crescente dívida pública como motivos
que o levaram a apoiar o impeachment.
PROTESTOS
Entidades como a Clacso (Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais)
programaram um protesto contra a participação de FHC e planejam
distribuir camisetas com as inscrições "Brasil, La Democracia de Luto" e
"Não ao Golpe" –nesta última, o slogan aparece escrito também em inglês
e espanhol.
"Respeitamos a decisão da Lasa de convidar a um dos maiores instigadores
e incentivadores do golpe no Brasil, porém também convocamos a
acompanhar a conferência enchendo o auditório de camisetas pretas em
sinal de protesto", diz um convocatório da entidade latino-americana,
incluída no site da entidade.
Uma petição de 162 membros da entidade latino-americana e 337
pesquisadores não associados pedia o cancelamento da conferência de FHC.
"Respeitamos a contribuição passada de Cardoso para o pensamento
internacional. Entretanto, esse convite foi feito em um momento
infeliz", diz o texto. Ainda segundo o o abaixo-assinado, o convite foi
feito num momento em que FHC e seu partido "não hesitaram em colocar em
perigo a paz interna nem mecanismos básicos como a Constituição".
Para os pesquisadores, ao dar voz a FHC a entidade pode incorrer em "um
desrespeito grosseiro com pesquisadores que têm lutado há tempos para
constituir uma estabilidade democrática na região nos dias atuais e nos
últimos 50 anos".
Membro da Clacso e um dos organizadores do ato, o argentino Leandro Morgenfeld disse à Folha
a entidade se coloca contra a participação de FHC no evento por que
"ter sido um do principais articuladores do golpe contra a presidente
afastada Dilma". Disse ainda que "é um desatino" chamá-lo para falar em
um debate sobre democracia.
APOIO OFICIAL
A Lasa tentou evitar o cancelamento da participação de FHC e emitiu uma
nota de apoio a ele. No texto, a entidade diz que é "altamente
respeitosa com as políticas e os processos em cada país da região" e
"por esta razão nunca considerou cancelar a participação de um acadêmico
reputado a partir de sua posição política".
A entidade havia recebido pedidos tanto para cancelar como para reafirmar a participação de FHC no debate de encerramento.
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